domingo, 15 de setembro de 2013

parati g4









A Parati não está mais entre nós: deixou de ser fabricada em 2012, com as últimas emplacadas no início deste ano. Mas sua imagem de força e confiabilidade, construída por 30 anos, continua presente e é muito valorizada pelo público de perua. Com preços acessíveis, ela tornouse uma boa opção para quem se contenta com o espaço interno do Gol, mas faz questão de um portamalas generoso (são 437 litros). O foco da busca por uma deve se dirigir da linha 2003 para a frente, que traz a traseira redesenhada e direção hidráulica desde a City, com seu 1.6 a álcool ou gasolina.
A Plus trazia o 1.8 a gasolina, aro 14 e bagageiro no teto. A Comfortline adicionava farol de duplo refletor, encosto de cabeça traseiro e a opção do forte 2.0 a gasolina. Desempenho similar era o do 1.0 16V Turbo, versão Sportline ou Crossover. Esta última oferecia ainda o 2.0, além da suspensão alta. O arcondicionado era sempre opcional, mas ABS e airbag eram restritos à 1.0 Turbo Sportline e Crossover 2.0. O Total Flex estreou no 1.6 em 2003 e virou exigência do mercado, por isso o 1.0 Turbo saiu de linha em 2004. Nesse ano surge a série Track & Field: fez tanto sucesso que foi reeditada e oferecida até 2008.
Em 2005, a 1.8 virou flex e a Crossover e a 2.0 foram descontinuadas: na linha 2006 surgiu a quarta geração, com dianteira reestilizada e novas lanternas. O bom painel da geração anterior cedeu lugar a outro simples demais, com instrumentos do Fox. Empobrecida, ela perdeu equipamentos e assim definhou até o fim de sua vida: a Track & Field deu lugar à Surf, que mantinha os motores 1.6 e 1.8, a suspensão elevada e uma decoração externa semelhante. A 1.8 sumiu em 2010, quando surgiu a Titan, com suspensão elevada, rodas de aço, para-choques sem pintura e acabamento ainda mais espartano.
Apesar da confiabilidade, facilidade de manutenção e peças baratas, seu principal revés é o altíssimo seguro: extremamente visada para furtos, muitas seguradoras nem sequer aceitam a cobertura ou cotam valores estratosféricos mesmo para perfis de baixo risco. Por isso, antes de comprar, convém antes fazer uma cotação com seu perfil.

FUJA DA ROUBADA

Evite a 1.0 Turbo. Ela sofre de desgaste precoce na polia do variador do comando, que apresenta um barulho típico de batida de válvulas. Só é resolvido com a troca da peça por uma nova (depois o defeito volta) ou por uma polia fixa sem variação, que compromete o desempenho.

"Na essência, a Parati é sempre um carro gostoso de guiar, com boas respostas do motor a partir de 2 500 rpm, câmbio de engates rápidos e suspensão firme. O prejuízo fica por conta da posição de dirigir enviesada, que nasceu com o Gol nos anos 80.  dependendo do perfil do motorista e, principalmente, da região em que ele vive, a vantagem da boa relação custo-benefício pode desaparecer na hora de fazer o seguro.  dos principais atributos procurados em uma perua, a Parati consegue satisfazer a expectativa em relação à dirigibilidade, mas deixa a desejar no estilo."


PREÇO DOS USADOS (EM MÉDIA)
1.6 Mi City/Básica
2005: 22 011
2006: 24 200
2007: 25 434
2008: 26 282
2009: 27 315
1.8 Track & Field
2005:22 155
2006: 24 600
2007: 25 625
2008: 27 091
2009: -


PREÇO DAS PEÇAS
Amortecedor dianteiro
Original: 164
Paralelo: 160
Para-choque dianteiro
Original: 904
Paralelo: 1 150
Farol completo (cada um)
Original: 472
Paralelo: 450
Retrovisor (cada um)
Original: 300
Paralelo: 312
Disco de freio (par)
Original: 572
Paralelo: 290
Pastilhas de freio (par)
Original: 136
Paralelo: 140

ONDE O BICHO PEGA


Cabeçote: Defeito comum aos motores 1.6, 1.8 e 2.0 com elevada quilometragem é a queima de óleo por falha de vedação dos retentores de válvula. Trata-se de um problema de fácil solução, cujo reparo não custa mais de 350 reais.
Infiltração: A Parati é conhecida pelos problemas de infiltração de água e poeira nas portas, agravada por guarnições gastas e/ou rasgadas. A substituição de todas as borrachas de vedação custa em torno de 200 reais.
Câmbio: De engates suaves e precisos, o principal problema das transmissões Volkswagen é o desgaste dos anéis sincronizadores, que resultam na famosa "arranhada", principalmente da primeira para a segunda marcha. Exige a abertura do câmbio, reparo que custa em torno de 1 000 reais.
Suspensão: Mesmo sendo robusta e bem dimensionada, os batentes superiores da torre de suspensão dianteira pedem atenção especial para evitar folgas. A troca do conjunto fica em torno de 100 reais.
Monobloco: A Parati é um dos carros preferidos do público jovem e muitas delas têm sua suspensão rebaixada, o que pode danificar o monobloco. Vale pedir a ajuda de um reparador, pois todos conhecem os pontos críticos de rachadura no monobloco VW.

A VOZ DO DONO



"Excelente carro. A Parati é econômica e ainda assim tem boa reserva de potência para ultrapassagens. No porta-malas cabe tudo o que eu preciso. Ela é tão estável que posso dizer que é um esportivo disfarçado de perua. Os únicos defeitos são o seguro alto e o custo de algumas peças do motor 1.0 16V Turbo."
Thiago Valladão, 26 anos, engenheiro, Rio de Janeiro (RJ)

O QUE EU ADORO

"Espaçosa, robusta e muito confiável: pode rodar muitos anos sem dar problemas. Versátil, estabilidade acima da média, baixo consumo, bom desempenho e é uma delícia de dirigir."
Judite Ferreira da Silva, 56 anos, oficial de justiça, São Paulo (SP)

O QUE EU ODEIO

"O acabamento é abaixo da média: muito plástico e barulho, em pouco tempo tudo está solto. A ergonomia não é boa, pois o volante é enviesado. E há infiltração de poeira."
Reutemann T. Silva, 37 anos, analista de produto, Belo Horizonte (MG)

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