quinta-feira, 25 de abril de 2013

chery celer sedan






Ao se deparar com o Chery Celer é difícil fazer qualquer comparação com o frágil QQ. Nem parece que os dois modelos saem da mesma fábrica em Wuhu, na China. O Celer apresenta um amadurecimento sensível em relação ao subcompacto mais barato da marca. Mas bastam cinco minutos junto da novidade para perceber que mesmo após mais de 150 modificações da Chery para o mercado brasileiro, o Celer ainda é um chinês no que diz respeito a acabamento e sensações ao dirigir. O hatch chega às lojas a partir de R$ 35.990 e o sedã, aqui avaliado, por R$ 36.990.O modelo sairá equipado apenas com motor 1.5 16V flex, também vindo da China. De acordo com a Chery, o propulsor rende 108 cv de potência com gasolina. A marca ainda não sabe dizer o número com etanol. “Estamos em fase de testes, mas acreditamos que seja algo em torno de 112 cv”, afirma o engenheiro da marca do Brasil, Maurício Buzzeto. O propulsor não empolga no circuito rodoviário, onde pudemos guiar o modelo por cerca de 20 km durante o lançamento. Em boa parte das subidas, foi preciso reduzir da quinta para a quarta marcha em busca de um pouco mais de fôlego.

Na quinta marcha, a 120 km/h, o motor gira a pouco mais de 4.000 rpm. O torque de acordo com a marca é de 14 kgfm, mas no percurso não deu para saber como o sedã se sai em meio ao circuito urbano. Foi possível perceber apenas que na estrada é preciso paciência na hora de uma retomada em alta velocidade, já que o pequeno motor 1.5 custa a “encher”. O câmbio é bem mais justo que a maioria dos chineses, o que significa também que é melhor que alguns modelos nacionais. Isso só não evita a dificuldade de encontrar algumas marchas de vez em quando. Os pneus da desconhecida marca Giti de medida 185/60R15 também causam muitos ruídos.
Adaptação ao Brasil
De acordo com a Chery, a suspensão passou por longos testes no Brasil e na China, o que rendeu algumas modificações, como uma recalibragem dos amortecedores. “Falam que nossas suspensões são muito macias, mas o Celer vem com melhorias feitas pela equipe do Brasil, já que nossa topografia por aqui é muito diferente”, completa Buzzetto. Na prática, o modelo está mais firme que o QQ que, convenhamos, não é parâmetro. No entanto, ainda passa uma boa dose de insegurança nas curvas, com um grande chacoalho da carroceria. Nesse quesito, o Celer deve muito em relação aos nacionais.O pedal do freio é bastante duro e muito baixo. Não é difícil sentir um frio na barriga até se acostumar com a posição do pedal. Ainda por dentro do chinês, foram feitas cerca de 150 modificações. Basta comparar uma imagem do interior da versão chinesa (onde o compacto é chamado Fullwin), com o modelo nacional. O painel tem desenho bastante simples, principalmente os instrumentos. Mas no geral o acabamento é honesto, num nível parecido com o do Fiat Uno. O que incomoda aqui, sobretudo, é o forte cheiro de plástico e dos componentes utilizados na fabricação do modelo.

O design do Celer é um ponto alto e talvez o mais bem acertado entre os chineses no Brasil. Ele também foi desenhado na Itália, algo idolatrado por chineses, e tem uma traseira com certa dose de arrojo que é mais bonita ao vivo do que em fotos. As dimensões são muito parecidas com as dos concorrentes HB20S e Prisma, tendo o hatch 4,13 m de comprimento e o sedã 4,26 m, já que a largura é igual para os dois: 1,68 m. Uma vantagem em relação à concorrência são as cores divertidas, com chamativos tons de bronze e azul que fogem do convencional preto e prata.Uma boa sacada do sedã é o fato da tampa abrir junto do vidro traseiro como em um hatch, o que facilita muito o acesso de cargas ao bom porta-malas que, segundo a marca, carrega 450 litros de bagagem. Porém, nem tudo são flores, a queda do porta-malas compromete e muito o espaço de quem viaja no banco de trás. Quem tem 1,80 m de altura não consegue esticar a cabeça, que bate no teto. O espaço realmente é destinado às crianças. O que não acontece no hatch, que tem bom espaço traseiro graças ao teto alto.

Chega de carro pelado

O slogan marca a campanha da Chery, que promete 40 equipamentos para o Celer. O sedã traz de série ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros elétricos nas quatro portas, freios ABS, airbag duplo, som com MP3 e entrada USB e chave canivete. O restante são coisas comuns como porta copos e brake light.
O Celer é uma clara evolução dos modelos vindos da China, mas mantém falhas que conhecemos desde os primeiros chineses a desembarcar no Brasil. A marca oferece três anos de garantia total e mais dois de motor e transmissão.
O Celerserá produzido no Brasil a partir de abril de 2014, na fábrica de Jacareí (SP). A marca diz que o consumidor que realmente deseja o carro não vai esperar até o ano que vem para ter o nacional.


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